sexta-feira, 7 de junho de 2019

Como será o teu abraço?

O meu poder de raciocínio é muito fértil, nada que se compare ao meu génio. Precisamente, é escrita uma carta com a mesma simplicidade que é a vida. Um raciocínio tão genuíno e um abraço que nunca mais acaba, assim és tu. Penso tantas vezes correr o mundo inteiro à tua procura. Sei lá, procuro-te até nas saudades que não são minhas, espreito nas esquinas estrangeiras e olho os bancos de madeira de um sitio qualquer, tentando imaginar que estás ali sentada, mas não. Não sei como e quando o dia desprezado me encontra ou se carregas nas costas a impossibilidade da tua presença, a semelhança de um encontro. Para que entendas esta breve mensagem, a intenção é a procura incessante de um sentido, compreender como será o abraço. O génio diz pela mente fértil...Eu serei sempre os braços abertos no aperto do teu abraço.

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Porque és especial


A vida rodeia-me, sinto-me capaz de gritar ao mundo, existem ouvidos improvisados em tudo o que é lugar e mais ninguém me conhece, provavelmente tudo acontece só porque não sei despertar o inexplicável  e a esperança está um passo à minha frente. Nunca me atrevi a escrever uma carta a alguém, alguém que não sei como, nem porquê entrou na minha vida e dos meus sem pedir licença. O dia de amanhã ainda dorme no sonho, hoje é real o meu instinto e tu sabes quem és, sabes do que tratas, pois não seria capaz de me atrever a perder o raciocínio do teu espaço, nem te tomar por algo inconsciente. Devemos persistir em todos os enlaces que nos pertencem por mais que sejamos inexperientes ao alheio, preservar a nossa amizade e saber estar é a nossa existência, a minha e a tua. Não consigo ser capaz de tudo, mas fui capaz de te acolher, um dia poder abraçar, sorrir ou até chorar, a parte isso, já moravas em mim há muitos anos, o problema é que eu desconhecia essa tão perfeita passagem. A margem não fica muito longe e o que nos separa é apenas saudade. A isto chamo liberdade intransmissível, tu tens a tua e eu tenho a minha. Existe algo que podemos fazer e até quebrar todas as leis possíveis, partilhar o que é nosso e nada é de maior valor enquanto estiveres por perto. A nossa amizade cresceu com virtudes, mas os defeitos serão causa de grande fortalecimento, resta-nos apenas um olhar que nos diga pelo menos, nunca desistas de mim. Prezada Paula Lobo. Um grande abraço.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

A carta aos professores



Quem sou eu senão um mero escrivão de sentimentos, contador de histórias, criador de vidas imaginarias, um breve sonhador. Quem sou eu que nunca sei quando os dias nascem ou morrem, quem sou eu que não sei entender o que me ensinam. Passaram tantos anos, tantas gerações despercebidas pelas ruas, tantos barulhos do quotidiano e eu ali parado pensando nos meus dezoito anos. Talvez por ser hoje adulto pressinto uma enorme saudade que me rasga a consciência, uma espécie de liberdade rara que se encontra algures no meio de uma confusão qualquer. Bem digo que enquanto imaginava todos os sonhos do mundo, todos os sonhos do mundo pensavam que eu era imaginação, idade fértil onde raramente sabemos o que queremos ser e a vida muda os pensares e as atitudes, mas mais que tudo isto é ser professor. Podemos ser o que o que quisermos na vida, podemos correr o mundo inteiro, podemos escrever textos que algum filósofo grego sonharia escrever, mas tudo parte daquela velha entrada com meia dúzia de mesas e cadeiras, uma ardósia gasta por tantos motivos e rascunhos que ali passaram, um professor que nos ensinou a ler e a escrever, que nos levou a conhecer mais para além daquilo que conheciamos.  Não está em causa qualquer tipo de inteligência, não está em causa a forma como ensinam a matéria, ou como os alunos a rececionam. O que está em causa é a educação entre ambas as partes. Pelo que vi e presenciei, ser professor é como ter nas mãos a enorme responsabilidade de decidir o destino do mundo, como pegar num machado e rachar um futuro provavelmente indeciso, lidar com vários tipos de personalidade e quando assim foi, meus olhos permitiram-me ver muita coisa. O choro sufocante que levou a rasgar livros de ponto, murros na mesa para não esbofetear um aluno mal educado, impiedosamente mal educado, o silêncio em seu corpo e olhos vazios penetrantes deixavam-se sem manifesto vendo canetas e aviões de papel pelo ar e vinha-lhe a lágrima por nada mais poder fazer. Sim, havia sempre aqueles quatro ou cinco mais...mais...bem comportados, digamos. Nesse momento eu pensava, "o professor nada mais faz para além de ensinar, mas a sua intuição é educar também." A educação terá de vir obrigatoriamente do seio familiar e os professores prosseguem nesse caminho e ensinam até onde podem o significado da palavra maturidade, logo após, o tempo se irá encarregar de todo o resto. São como segundos pais, um membro de família, partilham tudo para além de letras, números etc...partilham emoções, histórias passadas na primeira pessoa, olham bem dispostos mesmo que numa segunda feira haja aulas de noventa minutos de matemática, eles olham com vontade, mesmo que chova tempestades lá fora, eles apenas querem de nossa parte um obrigado, um simples obrigado quando faltam trinta segundos para terminar a aula e hoje ao fim de tantos anos, apenas quero da parte deles um obrigado,um simples obrigado pelo homem que me fizeram ser. Forte abraço aos professores.

sexta-feira, 30 de março de 2018

O piano que toca em silêncio

Irredutível é o suspirar da miragem, ela que me invoca tão estranhamente no indefinido. Não tomo partido de mim mesmo, não esfrio pensamentos, não enxugo lágrimas de ninguém. 
Era escrita uma carta, uma carta que levava tudo dentro, até o suspiro da tua ingenuidade. Toda a gente pensava que eu era o tal, tu pensavas que eu era o tal, o tal que transparecia insignificância, egoísmo, vaidade. Nunca as minhas palavras me tomaram por quem eu não sou, nunca  o tempo invejou os meus desabafos, nunca o caminho se desviou dos meus pés, nunca os meus segredos se deram por derrotados, mas a alma fica como uma vida inacabada. 
Todos os dias são como histórias não contadas, amava-te até ao ponto de me conhecer a mim próprio, sonhava ser a roupa que vestias e, enquanto me mentias, suava-me a pele por acreditar em ti. A partir daí sonhei ser tudo, enquanto tudo desistia de mim. Em que deveria acreditar? Em génios? Em iluminados? Em moradores e filósofos de rua? 
Quando me cruzei com a estrada, soavam vozes, mas não era a minha loucura, nem nenhum intérprete, eram chamadas de atenção. Tudo o que eu tinha naquele momento eram versos, estava escrito nas tabuletas, " vem por aqui". Estupidamente acreditei em tabuletas, quando deveria acreditar em humanos... senti-me um à parte no meio de tanta gente, pensamentos cruzados como quem mente, e a inveja está tão aquém de quem sabe bisbilhotar. 
Olho o piano, tocam-me as palavras, quando te foste embora, e chora, chora a flor que murchou nos meus braços.

quarta-feira, 28 de março de 2018

A flor de diamante

Entrei na carruagem da vida ao encontro do meu grande amor. Não queria um amor qualquer, mas sim uma linda mulher que se assemelhasse ao carinho, como uma flor e à fragilidade, como um diamante. Nesta mesma carruagem da vida, decidi um dia vaguear e explorar cada cantinho da minha nação, à procura de sabores e vivências permanecidas em trajes de memória, refletidas ao teu encanto, onde me deito com a alma perdida e corpo apaixonado. 
A minha esperança nunca se viu em tal escassez e, naquele dia, eu sonhava encontrar-te sentada em cima daquele muro, a olhar para o horizonte, à espera que eu te amasse. A escassez dessa minha esperança, muito subitamente, recuperou-se por si própria, dando vida a uma permanência de loucura refugiada em minhas palavras, saídas de meu coração. Quando as flores se abrem sobre as melodias da minha canção, gera-se um acumular de emoções e sensações à tua linda imagem, que se penetra nesta terra longínqua e amante dos meus tempos loucos pela tua boa aparência. Um texto dedicado por uma só ação faz de mim um profeta que caminha no silêncio, ensinando a doutrina às tuas esquecidas saudades. 
Estás sentada no muro, mas perdida no tempo, olhando para o nada, sem satisfação, mas queres que alguém te estenda a mão, com o sentimento de conquista num campo de batalha. Continuei nesta carruagem da vida, pensando que estava contigo num quarto de hotel e, ao mesmo tempo, à mercê de uma tempestade de sentimentos. Mas uma linda flor permanece sobre os teus lindos cabelos loiros, apreciando a minha imagem sobre teus lindos olhos claros, que nem o sol se atreve a penetrar no seu olhar. Se eu me sentasse ao teu lado, em cima deste muro, declarava-me a ti, tocando com a minha mão na tua pele suave, acariciando teu corpo lindo, derretendo-se sobre as brisas do ar e os raios de sol. Olho para ti neste momento e penso o quanto tempo perdi para te encontrar, mesmo de saudade ferida, valeu a pena encontrar-te e poder dar-te um beijo louco de paixão. 
O que sonhas comigo? O que tanto desejavas que eu fosse? Este dom que tenho de escrever, faz de mim um livro aberto perante a tua sensibilidade de diamante, mas a flor no teu corpo liberta o cheiro que transmite o poder dos poderes, poder esse que é o dom das minhas palavras, pelo qual te sentes tão apaixonada. Nunca pensei encontrar-te, muito menos amar-te, mas num momento da vida em que me deitei no meio de tantas flores, aquele cheiro daquela flor, ali mesmo ao meu lado, fez-me pensar o que escrever no momento, neste bocadinho de terra. Desenhei um pequeno retrato, que dizia: estou loucamente apaixonado por ti. 
Com o passar do tempo, retornava dias a fio àquele local, dando um sorriso enorme ao ver ainda permanecida aquela escrita, desenhada pelo meu dedo, então pensei:
O passar do tempo levou todas estas flores deste campo denso, mas não levou este retrato e intenções de desejos que ficaram juntamente ali permanecidas. 
Fiquei tão feliz, mas ao mesmo tempo questionei-me, onde estavas tu? Estavas no meu sonho, onde eu era o teu príncipe desejado, dono de um castelo no alto do monte, mas aquele canto gregoriano, canto de glória, deu a entender o quanto eu era romântico numa terra senhorial. Até no sonho estavas sentada em cima daquele muro e eu, de orgulho apaixonado, imaginei uma nova poesia sobre o teu ser. Sou realmente um conquistador nesta terra prometida, mas ao teu encanto, sou um servo escravizado pelo teu amor, mas não me importo com isso, porque sou feliz assim, sabendo eu o quanto me amas e és louca por mim. 
Um sonho acordado ou uma conquista adormecida é, na sua simplicidade, o esforço do meu amor e da minha escrita. Este castelo onde estou permanecido é o teu coração num tempo encantado. É a declaração refletida e sentada sobre um muro, mas a flor de diamante é simplesmente a definição do nosso encontro, da nossa saudade, do meu respeito por ti, da minha enorme vontade de te amar e de te conquistar ao longo de toda a minha escrita, até que acabem todas as minhas forças, até que se calem todos os meus melódicos esforços cantantes no teu esboço. 
Flor de diamante, guardo-te comigo, dizendo-te aqui e agora o quanto te amo, o quanto te desejo. O tempo é um livro, eu sou um jarro onde permanece o teu momento, a tua flor de diamante. Amo-te loucamente. 

segunda-feira, 12 de março de 2018

6 frases inspiradoras de José Carlos Rodrigues


1- Eu imaginava todos os sonhos do mundo, quando todos os sonhos do mundo pensavam que eu era imaginação.

2- Não escolhas um mundo onde vejas um personagem, escolhe um mundo onde vejas um livro. Os personagens fazem de nós identidade daquilo que lemos.

3- As melhores amizades nascem com virtudes e reforçam-se com defeitos.

4- Não vivemos apenas o simples dia-a-dia, vivemos porque acreditamos numa filosofia que nos sustenta, numa verdadeira realidade dos nossos sonhos.

5- Eu serei sempre os braços abertos no aperto de um abraço.

6- Ser feliz é dançar com a vida esperando que o tempo acabe aos nossos pés.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

A surpreendente carta de uma mãe para o seu filho no dia do seu aniversário



Acordo todas as manhãs com vontade de escrever. Escrevo a vontade que tenho de te amar, escrevo o bom dia que me dás, escrevo a forma como me abraças, chego até a escrever os teus passos quando sais de casa pela manhã. Lembro-me perfeitamente do dia em que nasceste, filho. A dor era tão insuportável, eu gritava tudo, tudo o que era impensável, até que choravas a minha esperança. Só querias o quentinho do cobertor como queres agora o afeto do meu abraço. Ah, como suspiro tantos improvisos e intenções, disse tanta coisa que talvez não devia ter dito, chorei tanto sem necessidade nenhuma, pelas vezes que te ausentavas de mim. No dia da mãe oferecias-me os trabalhos manuais que fazias na escola, hoje não passas sem o cheirinho  a refugado na cozinha. Tratei de ti tantas vezes doentinho, aquela dor febril que terminara com um pano húmido na tua testa, tossias pedacinhos de sensibilidade e carência, hoje não fazes mais nada senão proteger-me. Amo-te tanto, tanto meu filho. Hoje é o teu dia, dia de voltarmos a repetir tudo outra vez. O meu amor por ti é um ato de perfeição. Este meu texto é tão simples como é a minha forma de te amar, uma história de mãe e filho que nunca mais irá acabar. Amo-te filho.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Tudo isto é triste, tudo isto é teatro




Segundo Charlie Chaplin, " a vida é uma peça de teatro que não permite ensaios". Como não permite ensaios, estamos sujeitos a ter que lidar com um quotidiano impuro e nojento. Como jovem escritor que sou, sinto-me tão velho para suportar tanta estupidez humana. A vida é um imprevisto para quem nasce e morremos sem perceber a razão de existir. Suponho que ela própria seja uma conspiração entre nós, porque nos limitamos a nascer, viver e morrer. Quem me dera que todos vivessem em comunidade, vivessem em função de auto-ajuda, sobrevivessem a todas as partidas e problemas sempre de mãos dadas, mas sei que no geral não é assim. Existem coisas que me deixam à beira do abismo psicológico, coisas que passam pelos meus olhos, pelo meu entendimento e nem se apercebem de tal amargura que sinto. A fome, a guerra, os interesses económicos, a corrupção, tráfico e todo o tipo de enriquecimento ilícito deixa-me a pensar:
" No mundo que eu resido, vejo poeira na humanidade. O materialismo não reside nos olhos de quem tem lágrimas." 
Por mais que existam lideres de bom coração, nunca nada será feito em prol do interesse do pobre e dos mais necessitados, digamos que são os que estão na periferia, para os ricos e milionários, um à parte na sociedade. Eu mudaria o mundo se assim me permitissem, mas enquanto existir " A corja", não existirá génio que me valha. Há condições para acabar com esta tela feita de realidade, há dinheiro e recursos suficientes para acabar com a pobreza. Os pobres não pedem para ficar ricos, os pobres verdadeiramente consciencializados, apenas pedem qualidade vida, poder de compra mediante as suas necessidades, mais educação, e sobretudo, a saúde . Eu tenho um dom perante a sociedade que "A corja" não tem, o respeito. 

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Os adultos aprendem com as crianças



O que é ser criança? É saber o significado do ato de partilhar, amar e perdoar. Fazem perguntas nuas e cruas, tão inocentes que depois de adultas, já não as sabem mais repetir. Já dizia Alexandre Dumas Filho...
"Como é que as crianças conseguem ser tão inteligentes e os adultos serem tão estúpidos? Uma frase dura, mas verdadeira e quando falamos que o centro de tudo é o universo, iremos acreditar que sim, mas para mim o centro de tudo são as crianças, porque tudo parte da inocência. O meu próprio filho um dia perguntou-me:
- Pai, quando for grande também vou ficar de castigo? 
Respondi-lhe que tudo dependeria do seu comportamento. Fazer o bem era o melhor caminho. 
Nós adultos temos saudade de ser criança, voltamos a ser inocentes, puros, aprendemos tudo de novo, a partilhar, a respeitar, talvez pudessemos compreender o mundo e a responsabilidade humana de uma outra forma. Nem tudo é um mar de rosas e como o tempo não desperta a curiosidade nos homens, cabe às crianças desenvolver capacidades extraordinárias de evolução. Com elas aprendemos, ficamos perplexos e sensibilizados. Ser criança é a mais pura criação de inocência.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Breve reflexão de Alberto du Senna antes de se matar





Olha hoje para a tua frente, como se todos os passados não pudessem existir na tua lembrança. Deixaste de ser o que és só porque foste fraco quando não conheces-te verdadeiramente a palavra desistir. Tu foste uma conspiração para todos os que te renegaram, tu foste solidão para todos os que te levaram ao colo, tu foste um embaraço para a velhice e ninguém sabe como és e do que foste feito. Tu sabes qual é o sentido da vida? Não sabes, não sei e não sabemos por mais que nos chamemos razão, por mais que tenhamos intenção de por a ignorância a pensar. Quero preservar o ódio em mim e em ti preservar a humildade do meu cansaço. Essa humildade que te serve de lição, que te faz mover angústias, torcer depressões como quem cospe para o alto impondo nódoas sujas em roupas de estendal. A vida já é uma conspiração entre nós, porque nascemos, vivemos e morremos, fica apenas o rosto da insatisfação de quem ainda vive, de quem nos recorda, mesmo assim um dia esses também irão. Eu sei que a vida é bela demais, e só é perdida no sentido em que iremos morrer, mas não tenham medo porque em todas as felicidades do mundo há uma razão de ser para cada um de nós. Eu conspirei contra as pequenas pedras na estrada, eu conspirei até mesmo contra o mais sensível do universo e todos sabiam que eu não me conhecia e queria fugir de mim próprio.  Porquê fugir de mim próprio se acordo com as mesmas rugas todos os dias? Porque fugir de mim próprio se a velhice é sempre a mesma? Quanta gente existe no mundo se eu sou apenas um? Existirá desejos para toda a gente? Existirá dor para todos os que sofrem? Seremos dignos de lealdade sem conhecermos o sentido da mentira? Ah não, não há génio que me valha, não há físico nenhum no mundo que me faça palavras em equações, não há mentiras senão meras perturbações e sou apenas eu que existo no meio de tantas vozes. Vivo numa estranha realidade, ser poeta é ser prosa quando as palavras se tornam linha reta, ser escritor é ser raiz plantada pela própria sensibilidade e tudo resto é inutilidade. Quantos punhos fizeram de mim força para desprezar ódios imprevistos? A vida é uma carta que se escreve sem palavras e deixam-se apenas sentimentos por viver, a vida é um imprevisto para quem nasce e morremos sem perceber a razão de existir. No fundo somos ingratos, somos que nem cobardes à face da loucura, um negrura do tamanho de um buraco, um buraco que suporta toda a estupidez da humanidade. É triste ter de pensar assim, e assim fui eu feito a pensar por quem me vestiu de sujidade, mediocridade e infâmia. Tentarei ser melhor numa próxima oportunidade de nascer e se isso acontecer tudo será pior, porque não posso prometer aquilo que não sei se vou ser e esta vida é só uma e goza-la como lenha que se racha a meio nas intempéries dos caminhos que me conduzem para a loucura. Ficará na lápide apenas um obrigado ao meu nome, e um pedido de desculpas às minhas rugas perdidas na cómoda do meu quarto pois tantos existirão como eu, tantos que deixarão de existir ao verem suas vidas escritas em pedras perdidas.






Mantos de Liberdade

Como será o teu abraço?

O meu poder de raciocínio é muito fértil, nada que se compare ao meu génio. Precisamente, é escrita uma carta com a mesma simplicidade que ...